Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que o câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre mulheres brasileiras e a quarta causa de morte pela doença. A prevenção é realizada por meio do rastreamento de mulheres que realizam o exame de Papanicolaou (Pap), disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Todavia, muitas mulheres, especialmente as vulneráveis, não participam desse rastreamento pela falta de acesso ou barreiras como vergonha, medo do diagnóstico de câncer, religião, proibição pelo companheiro etc. A falta da prevenção resulta em elevada incidência e mortalidade por câncer de colo do útero nessas mulheres.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a prevenção do câncer de colo de útero seja feita pelo teste de detecção molecular do Papillomavirus humano (HPV), principal agente causal deste câncer, que é muito mais sensível e específico que o exame de Pap. Outra vantagem do teste do HPV é a possibilidade de autocoleta de amostras, o que pode aumentar a adesão de mulheres resistentes à coleta realizada por profissionais da saúde.
No Brasil, a diretriz nacional em vigência preconiza o rastreio para prevenção do câncer de colo do útero com o exame de Pap. Porém, recentemente a Portaria SECTICS/MS nº 3, de 7 de março de 2024, que foi publicada no dia seguinte, 8 de março, no Diário Oficial da União, incorporou ao SUS a tecnologia de testagem molecular para detecção do HPV no rastreamento do câncer do colo do útero.
Neste contexto, a Rede Previna-se surge desenvolvendo projetos em nível nacional, que estudam a autocoleta vaginal para teste de HPV no combate ao câncer de colo de útero. Esses estudos foram e são de extrema importância para avaliar a questão e na proposição dessa nova diretriz e de novas políticas públicas, levando a melhorias nos exames preventivos de câncer de colo de útero para mulheres brasileiras.
As pesquisas coordenadas pela professora Dra. Marcia Edilaine Lopes Consolaro desde 2013, da Universidade Estadual de Maringá, envolvem pesquisadores das cinco regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com a participação das cidades de Maringá – Paraná, Manaus – Amazonas, Natal – Rio Grande do Norte, Goiânia – Goiás, Ouro Preto – Minas Gerais, Dourados – Mato Grosso do Sul e Recife – Pernambuco.
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